Depois de conquistar o Mundial Sub-20 em Riade, na Arábia Saudita, em 1989, Carlos Queiroz voltou a comandar as tropas que, dois anos mais tarde, tornaram Portugal bicampeão do mundo. 25 anos depois, a equipas das quinas ainda não conseguiu voltar a erguer a Taça.
A 3 de março de 1989, em Riade, Abel Silva e Jorge Couto fizeram os dois golos da vitória lusa (2x0) e garantiram o primeiro título de campeões do mundo para Portugal, daquele escalão. Numa vitória tranquila, em que a equipa das quinas saiu a vencer para o intervalo por 1x0, a quinze minutos do fim, Jorge Couto tornou o sonho realidade.
A 30 de junho de 1991, outro Mundial. Desta vez, o palco da competição era bem mais perto do que as terras do Médio Oriente, uma vez que a equipa nem precisou de sair de casa. Com a mais-valia de jogar no seu próprio país, Portugal quis repetir a proeza de terras longínquas e ofereceu aos adeptos a possibilidade de assistir e apoiar a equipa até ao último minuto da final.
Para este desafio, Carlos Queiroz chamou dezoito jogadores - tal como tinha feito em 1989 – e, alguns deles, tinham sido campeões na Arábia Saudita. Em 1991, o técnico da seleção sub-20 chamou: Brassard e Tó Ferreira; Nélson, Jorge Costa, Rui Bento, Paulo Torres, Abel Xavier e Tulipa; Luís Figo, Peixe, Rui Costa, Cao, Luís Miguel e João. O Pinto; Toni, Gil, João Pinto e Capucho.
Há quem diga que jogar em casa traz vantagem, mas também há quem defenda que traz mais pressão. A verdade é que os jovens de há 25 anos que subiram ao palco com o símbolo de Portugal ao peito souberam o que tinham de fazer.
Na fase de grupos, a equipa das quinas não teve grandes dificuldades e tirou a melhor nota, terminando no primeiro lugar com 6 pontos. Uma vitória por 2x0 frente à Rep.da Irlanda, um 3x0 contra a Argentina – num jogo onde a disciplina dos sul-americanos não foi exemplar – e um triunfo pela margem mínima com a Rep. da Coreia para terminar sem precisar de calculadora.
Uma vitória por 2x1 frente ao México (após prolongamento), nos quartos-de-final, e um 1x0 frente à Austrália, nas meias-finais, colocaram Portugal novamente na final do Mundial Sub-20.
Sob o olhar de cerca de 120 mil pessoas, o onze escolhido por Carlos Queiroz subiu ao Estádio da Luz com o objetivo de voltar a conquistar o título de campeão do mundo. No entanto, o 0x0 que se impunha no marcador era insuficiente para derrotar o Brasil.
Os adeptos portugueses tremeram algumas vezes: dois golos anulados à equipa brasileira e muitos desperdícios, mas a igualdade manteve-se até ao apito final. Com a exigência, a pressão e o cansaço que uma final implica, o prolongamento podia não se avizinhar fácil.
Não estava a ser pera doce. A formação nacional revelou-se melhor no prolongamento do que o Brasil, mas não o suficiente para conseguir desempatar o marcador. Outro apito. Estava acontecer, a decisão tinha sido adiada para o dramatismo das grandes penalidades.
Espírito lusitano, de sofrimento e esperança. As bancadas do Estádio da Luz pediram, e os jogadores ofereceram-lhes a máxima concentração na hora da verdade. Um remate à trave de Élber e uma grande defesa de Brassard, colocaram nos pés de Rui Costa a decisão final. E Rui Costa... não vacilou.
Portugal revalidou o título de campeão do mundo de Sub-20 frente ao Brasil, em pleno Estádio da Luz, com um apoio imenso vindo das bancadas.
0-0 (4-2 g.p.) | ||