Na véspera da partida da final da Liga dos Campeões, Diego Simeone tinha avisado: este Real Madrid era outro com Casemiro. Um tema algo improvável, mas que tinha a sua razão de ser, razão pela qual falámos, ainda antes da partida, com Gustavo Hofman, conhecido jornalista da ESPN Brasil, sobre o assunto.
Num jogo equilibrado, vários foram os que notaram a influência do médio brasileiro para o conjunto de Zinedine Zidane. Para o zerozero, foi o melhor em campo, e as opiniões vindas de Espanha também são nesse sentido.
Na edição especial criada pelo jornal Marca para ser vendida exclusivamente em Milão, são 60 páginas nas quais a maioria se refere ao jogo. Nessas, muitos são os artigos opinativos e, mais concretamente, os de análise estatística à prestação do camisola 14.Com 15 recuperações de bola, 13 quilómetros corridos e 90 por cento de passes certos, o médio foi o pêndulo da equipa e a garantia de superioridade a meio, com o acrescento de ser um dos que aparentou melhor condição física no prolongamento.
Curiosamente, Casemiro, que tinha voltado ao clube depois do empréstimo ao FC Porto (que fez com que os merengues tivessem pago 7,5 milhões de euros aos dragões para estes abdicarem da opção de compra), até nem começou bem a temporada.
E, se com Benítez, pouco jogava, com Zidane começou por jogar ainda menos. O canarinho mal saía do banco, o que mudou drasticamente depois da derrota caseira frente ao Atlético Madrid (0x1). Desde então, só falhou duas partidas do campeonato e uma da Liga dos Campeões.
O seu crescimento na influência na equipa inicial está à vista, em números e em certificados de qualidade futebolística.
Pode-se dizer que a passagem por Portugal foi absolutamente decisiva para o jogador. Contratado em janeiro de 2013, Casemiro parecia condenado a um papel demasiado discreto, pelo que asolução encontrada, ano e meio depois, foi a mudança para o Dragão.
Aí, também tardou a mostrar créditos. No início, sofreu na pele a ascensão meteórica de Rúben Neves, jovem de 18 anos que entrou diretamente para o onze. Casemiro também ia jogando, mas não convencia, quer ao nível posicional, quer no passe.Só que, aos poucos, com a ajuda e confiança de Julen Lopetegui, foi impondo as suas características, de forma crescente e vincada. No final da temporada, os dragões quiseram-no em definitivo. O Real Madrid não aceitou e teve que pagar para isso. Mas o caro saiu barato.
1-1 (5-3 g.p.) | ||
Sergio Ramos 15' | Ferreira-Carrasco 79' |