A história do novo reforço portista começou a 25 de junho de 1988, em Veracruz, no México. É uma história com altos e baixos, com lágrimas de tristeza e sorrisos de alegria. Uma história de superação.
Desde logo, Layún é um homem de negócios. Tem até uma linha de roupas intitulada: "Tudo é culpa do Layun", vendendo a roupa com frases motivacionais. Mas já lá vamos.
Para já, caro leitor, vamos falar-lhe do Layún futebolista, o primeiro mexicano a alinhar na Seria A italiana. Lá dentro, é craque. Bom nas recuperações de bola e com facilidade de remate, sobretudo em zona frontal para onde gosta de fletir desde as laterais, o mexicano vive um sonho que lhe apareceu aos seis anos de idade.Foi aí que lhe passou pela cabeça ser jogador da bola. Aos 15 anos, explicou aos pais a decisão que há muito lhe povoava a mente, deixando a garantia a dona Maribel Prado (a mãe) e ao senhor Miguel Layún (pai) que aos 20 estaria a jogar ao mais alto nível.
Mas, aos 16 anos, o sonho de ser futebolista podia ter sido interrompido. Na sequência de uma brincadeira, sofreu uma lesão do ligamento cruzado e do menisco. Parou dez meses, dez longos e «terríveis» meses, como confirmou em entrevista ao portal mexicano redbulletin.com.
Descendente de espanhóis (os seus avós maternos eram espanhóis), a sua entrada foi, por isso, facilitada nos campeonatos europeus, onde chegou, em 2009, para representar a Atalanta. Passou da 2.ª Divisão mexicana para um dos mais fortes campeonatos europeus. A experiência durou seis meses.
Ao contrário dos outros compatriotas, que se destacam no seu país e depois rumam à Europa, Miguel Layún (que começou a jogar no Veracruz) quis primeiro vingar no Velho Continente para ganhar fama no futebol mexicano. E assim foi. Ainda na época 2009/10, Layún rumou ao América.«No começo foi difícil. Tentar uma aprovação do povo era difícil. Tive que aprender a lidar com esses comentários», afirmou em entrevista, lembrando até que no Twitter chegaram a gozar com ele, usando a hastag #todoesculpadelayun.
@Miguel_layun in da house! #sesame pic.twitter.com/orF0qpBJdj
— Jorge Karlóz (@jorge_karloz) 4 junho 2015
Tudo servia para o culpar: as derrotas da equipa, o aumento do preço da gasolina e até catástrofes naturais que ocorriam no mundo. Layún era um símbolo de desgraça. Nada que lhe viesse a retirar a tal ambição. Até encarou isso com normalidade e levou para a brincadeira um tema que esteve em destaque, em 2013, no site oficial da FIFA.
Nada retirou a ambição deste jogador que costuma dizer que «não há telhados nos objetivos».
«Quando colocas um teto baixo, os resultados serão ainda mais baixos. Nunca usei um telhado. Trabalho para ser o melhor jogador do Mundo. Para ser o melhor: ponto. É a única maneira de obter realizações e fazer uma marca nesta corrida», explicou na entrevista ao redbulletin.com, este amante de jogos de consola que não perde uma oportunidade para jogar contra os amigos.
Em 2013, marcou o penálti decisivo que deu a vitória ao América no torneio Clausura desse ano. Acabou o jogo a festejar. O golo abriu-lhe as portas da fama no futebol mas também no pequeno ecrã. Participou na Plaza Sésamo (Rua Sésamo). Uma de muitas missões que são confiadas a este jogador que defende e ataca bem.
Como em tudo na vida, Layún teve o seu momento em que deixou de ser culpado para ser herói. No América, tem até direito a nome entoado nas bancadas do emblemático estádio Azteca. Futebol também é isto.