Cresceram muito os leõezinhos mas tal não foi suficiente para impedir a derrota no Restelo, onde mora uma joia chamada Dálcio. Quem os viu pela primeira vez quando jogaram juntos contra o Vitória de Guimarães, depois contra o Boavista e por último diante do Belenenses percebe claramente a evolução que os jogadores menos utilizados e alguns da equipa B têm tido, nomeadamente na forma como conseguem combinar na organização defensiva e nos aspetos ofensivos, assim como já são capazes de imprimir velocidade nas suas movimentações.
Do ponto de vista da equipa orientada por Marco Silva, a primeira parte foi claramente mais brilhante que a segunda, saltando obrigatoriamente à vista os dois golos de Ryan Gauld, por terem sido apontados pelo internacional escocês e pelas jogadas que os antecederam.
No entanto, houve mais jogadores a mostrar serviço no Estádio do Restelo, com destaque para Wallyson Mallmann (que passe para Ryan Gauld no segundo golo!), que se assumiu como o patrão do meio campo quando se esperava que esse papel fosse feito por Rosell, algo que esteve bastante longe de acontecer porque o espanhol realizou uma exibição negativa. Lento e facilmente ultrapassado pelos adversários, Rosell não convenceu e se na primeira parte o Sporting mandou no jogo, foi em parte devido ao bom desempenho de Wallyson, que por várias vezes fez a dobra ao companheiro.
Além deste, há ainda a destacar pela positiva Podence. O número 56 apareceu no lado esquerdo do ataque e várias vezes procurou espaços em zonas mais interiores. Com isso permitiu que Jonathan Silva ficasse com o corredor liberto para apoiar por diversas vezes o ataque. Um sinal positivo da exibição de Podence, abrilhantada pela inteligência que teve no passe para Tanaka, na jogada em que o japonês ofereceu o primeiro golo a Ryan Gauld.
No coletivo, o Sporting foi melhor que o Belenenses e dominou quase por completo a primeira parte. Chegou cedo ao primeiro golo e sem surpresa ampliou a vantagem para 2x0. Dois tentos assinados por Ryan Gauld, que fizeram parecer que o jogo estava ganho para a turma de Alvalade ainda na primeira parte. Mas os azuis do Restelo conseguiram reduzir à entrada para os últimos cinco minutos da primeira parte, num lance em que Camará cometeu falta sobre Rabia (idêntico ao de Fredy Montero sobre Nélson Monte no Sporting x Rio Ave do último domingo) e o resultado ficou de novo em aberto.
Equipas transfiguraram-se ao intervalo
No Restelo mora uma espécie de diamante em bruto que Lito Vidigal pretende lapidar. Chama-se Dálcio, tem ainda idade de júnior e fez a sua estreia com a camisola da equipa principal do Belenenses contra o Sporting. Com o número 14 nas costas, depois de uma primeira parte apagada, tal como grande parte da equipa, Dálcio mostrou a qualidade que lhe apontam na etapa complementar.
Além de mostrar qualidade, o avançado de apenas 18 anos foi fundamental na reviravolta operada pelos azuis do Restelo, pois na estreia apontou o golo que permitiu o empate a duas bolas, com um remate colocado que não deu hipótese de defesa a Marcelo Boeck, depois de se ter desenvencilhado de Jonathan Silva.
Estavam 55 minutos de jogo decorridos quando o Belenenses chegou ao empate e apenas seis minutos depois a turma de Lito Vidigal colocou-se pela primeira vez em vantagem. De penálti, cometido por Naby Sarr por ter havido contacto entre a sua mão e a bola dentro da área, Abel Camará assinou o 3x2 e estabeleceu o resultado final perante um Sporting cujas pilhas pareceram ter perdido a duração ao intervalo e que no segundo período, ao contrário do primeiro, mostrou poucos argumentos para levar a melhor sobre a formação da casa.