Foi a admitir que «gostaria de ter ido mais longe» nas provas europeias, mas a vincar a intenção de defender as três provas internas conquistadas na época passada que o treinador do Benfica lançou a partida contra a Académica.
«A resposta terá que ser dentro da responsabilidade do Benfica. Temos a responsabilidade de vitória em Coimbra. Queremos lá chegar com os patamares físicos dentro da exigência que nos permita fazer um bom jogo, dentro do que temos feito no campeonato, por isso estamos em primeiro. Queremos defender o lugar que ocupamos. O Benfica nunca teve facilidades em Coimbra e a Académica é um adversário difícil nos jogos em casa», vincou o treinador.
A concorrência mais direta (FC Porto e Sporting) não permite aos encarnados um relaxamento na tabela classificativa, segundo o treinador. Contudo, Jesus até admitiu não contar com tanto nesta altura.
«Estamos com três pontos de avanço sobre um rival e a oito do outro rival. Nesta altura do campeonato, se calhar não esperava tanto», considerou o líder do grupo, que não vê a saída da Liga dos Campeões como uma vantagem (em termos de sobrecarga de jogos) relativamente aos rivais.
«O Benfica está sempre pressionado, desde que a época começa. Sempre falámos que o grande objetivo é o campeonato nacional. Sair da Champions facilita? É menos uma competição, na teoria pode facilitar, na prática não sei. A verdade é que não traz nada de positivo», duvidou.
A meio da semana, a derrota em São Petersburgo tirou o Benfica da principal prova europeia, seguindo-se a fatal vitória do Monaco em Leverkusen, que eliminou as águias também da hipótese Liga Europa.
«Queríamos passar esta fase de grupos, não é novidade que a Champions é o patamar máximo dos clubes e dos jogadores, queríamos estar entre os melhores, mas não conseguimos. Ainda assim, temos outros objetivos e estamos dentro de uma realidade competitiva em Portugal que, no fundo, é o que nos interessa. Importante era sermos qualificados. Não o fomos e sentimos que não fizemos uma boa participação em jogos europeus. Para o ano queremos voltar a estar na Champions. Neste momento somos uns privilegiados por estarmos em todas as competições em Portugal», argumentou o técnico.
Sendo este o quarto momento em seis anos que não consegue passar a fase de grupos da competição, a pergunta sobre a hipótese de se sentir desiludido surgiu na sala de imprensa.
«Gostava de continuar na Champions. Nestes últimos anos estamos habituados a ir à Champions. Estou cada vez mais feliz com o trabalho feito no Benfica até este momento», assegurou, estendendo a satisfação para com o plantel que tem à disposição.
O treinador foi ainda questionado sobre a saída de Talisca e uma suposta mudança tática com a entrada de Derley, mas ao contrário do que tinha dito no fim da partida contra o Monaco, desta vez sublinhou que «Talisca é avançado» e que, portanto, o golo «aconteceria na mesma» se o número 30 permanecesse em campo.
Por fim, uma questão sobre as palavras de Otamendi esta sexta-feira, quando o argentino falou sobre Enzo Pérez e a possibilidade de o benfiquista rumar a Valencia. Jorge Jesus optou por não se alongar sobre temas do mercado, que só abre em janeiro.
«Não sei se o Otamendi falou com o Enzo Pérez. Estar a especular o que pode acontecer... Não consigo responder a essa pergunta, pois não sei o que pode acontecer daqui a dois meses», terminou.
0-2 | ||
Nico Gaitán 8' Luisão 45' |