jsilva77 25-04-2024, 20:52
O Boavista conseguiu um precioso ponto no Estádio do Dragão e provocou o segundo empate consecutivo dos portistas no campeonato. Num jogo marcado pela expulsão de Maicon a meio da primeira parte, os dragões tiveram domínio absoluto do encontro, mas criaram poucas oportunidades para marcar. Desta vez, até Brahimi foi insuficiente e os portistas deixaram o Benfica escapar na tabela classificativa.
A história desta partida começa um pouco antes do apito inicial. É que um verdadeiro dilúvio, com trovoada à mistura, pairou em pleno Dragão, numa tempestade que alagou o relvado, a ponto de quase se adivinhar que não existiriam condições. Dois adiamentos depois, houve mesmo partida, mais por vontade dos boavisteiros (têm jogo quarta-feira para a Taça da Liga) do que dos dragões - o piso encharcado não era propício ao seu futebol corrido e rápido. Ao fim de avanços e recuos, Jorge Ferreira deu ordem para avançar.
Quanto ao jogo, Lopetegui não surpreendeu... Ou seja, mexeu várias peças no onze, promovendo mesmo as estreias de Andrés Fernández e de Marcano, poupando Fabiano e Martins Indi. Tello também foi a jogo, Jackson, Danilo, Maicon e Brahimi eram os que mostravam ser a espinha dorsal e, portanto, imprescindível do técnico.
Do outro lado estava um Boavista desconhecido, tímido, mas com garra, à imagem do seu treinador. Petit escalou um 4x4x2 puro, sem referência no ataque e com as linhas recuadas. No meio campo do FC Porto não havia pressão. O foco era canalizado para as laterais, onde se notava que estava o maior perigo por parte dos portistas.Carlos Santos não durou meia horaO lateral adaptado já tinha amarelo e não conseguia acertar com Tello nem com Brahimi. Petit tirou-o de campo aos 27' e a equipa melhorou no acerto defensivo
Não era para menos. Brahimi está numa forma estupenda e vai encantando os relvados nacionais e internacionais. Cristian Tello debelou a lesão e quer mostrar todo o potencial que lhe foram apontando em Barcelona.
Foram precisamente esses os mais ativos. O argelino, com um pormenor delicioso, avisou Mika pela primeira vez, Tello aproveitou uma falha em zona proibida e correu em dois para um com Brahimi. A oferta foi bem feita e o golo ia acontecer, mas a água travou o percurso do esférico.Maicon expulso, Lopetegui furiosoA meio da primeira parte, o brasileiro tem uma entrada dura sobre Anderson Correia e Jorge Ferreira expulsou-o, o que motivou muitos protestos por parte do treinador portista
Depois, a expulsão de Maicon, a meio da primeira parte. Lopetegui colocou Martins Indi a aquecer, mas optou por não mexer. Em boa verdade, o Boavista continuava bastante encolhido na sua defensiva, pelo que a opção por jogar apenas com Marcano foi a escolhida pelo técnico.
Ainda que a posse de bola continuasse a ser totalmente do domínio azul e branco (a rondar os 80%), os boavisteiros soltaram-se um pouco mais. Com a confiança a crescer, a equipa de Petit atirou com perigo de meia distância e teve uma grande oportunidade perto do intervalo, ambas em saídas nas quais se notava a descompensação central nos azuis e brancos.
Lopetegui mexeu na equipa ao intervalo. Acima de tudo, era preciso que o miolo se conseguisse adaptar à realidade do 'dez contra onze'. O 3x3x3 com que o FC Porto se apresentava então tinha Casemiro muito mais atento ao setor defensivo, funcionando como segundo central em momentos sem bola, Herrera atuava a toda a largura e Rúben Neves aparecia em posições mais avançadas.Casemiro disciplinouO Boavista avisou, no fim do primeiro tempo, que o FC Porto não estava a salvo defensivamente. Entrou Casemiro, que foi médio a atacar e central a defender
Os dragões continuaram incisivos e melhoraram no último terço. Perante uma equipa boavisteira a acusar a inexperiência para aproveitar os espaços, os portistas conseguiram encontrar alguns espaços, outra vez por Tello e Brahimi.
Só que o golo não aparecia. Os axadrezados, num misto de solidariedade defensiva e de atabalhoamento, conseguiam sacudir o perigo antes de chegar à baliza de Mika. Quando isso não acontecia, era o português a entrar em serviço e a brilhar.
Quaresma foi chamado a jogo, Ádrian López também. As opções ofensivas eram reforçadas, acima de tudo com frescura, em alturas onde o Boavista já jogava com o relógio. Mesmo contra dez, a prioridade era só e apenas não sofrer golos. Oportunidades tinham havido no primeiro tempo. No segundo, Andrés Fernández foi mais um espectador a desesperar.
O empate acontecia, de forma surpreendente, neste regresso aos dérbies da cidade do Porto.
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