Marco Silva tinha prometido uma reação do Sporting em Barcelos, depois de um início de campeonato com apenas uma vitória em quatro jornadas e também após o empate na Eslovénia com o Maribor, na primeira jornada da Liga dos Campeões. Os jogadores ouviram o treinador e dentro das quatro linhas fizeram por não deixá-lo mal, resolvendo cedo uma partida que antes de começar prometia ser difícil.
A dupla de centrais composta por Maurício e Naby Sarr, que foi muito criticada na Eslovénia, manteve-se e a única mexida no setor defensivo aconteceu por obrigação, com Jonathan Silva a substituir o castigado Jefferson. Porém, o Gil Vicente não existiu do ponto de vista ofensivo e por isso, qualquer mudança que o técnico fizesse no setor mais recuado não seria notada sequer.
Mais à frente é que Marco Silva mexeu por opção, colocando em campo João Mário e Diego Capel, em vez de André Martins e André Carrillo. Comparando com jogos anteriores, o Sporting ganhou na dinâmica e em ideias novas, mas ao mesmo tempo contou com um Gil Vicente bastante permissivo e que facilitou em demasia a tarefa dos vice-campeões nacionais em Barcelos.
Obrigado a remendar o eixo da defesa, apostando no pouco fiável Gladstone e no adaptado Evaldo, José Mota também não acertou no meio campo que escolheu, juntando um trio bastante lento que não conseguiu ganhar as batalhas da zona intermédia e por isso permitiu que o Sporting jogasse instalado perto da área de Adriano Facchini. Sinal disso é que ao intervalo três dos quatro defesas do Gil Vicente (Gabriel, Gladstone e Jander) estavam amarelados e dois dos três médios (Luan e Luís Silva) também se encontravam na mesma situação.
Assim, o Sporting jogou de forma tranquila e sem grande oposição desde o primeiro minuto, aliando a isso a vontade de resolver cedo o jogo. E conseguiu-o de forma brilhante, marcando por duas vezes em dois minutos e de forma e de forma bem vistosa. Primeiro, Adrien Silva, aos nove minutos, executou um remate de fora da área indefensável para Adriano Facchini, guarda-redes que também nada pôde fazer para impedir o golo de Nani, apontado igualmente de longa distância após passe de calcanhar de Adrien Silva.
Os leões precisaram de dez minutos para resolver o jogo e até ao intervalo continuaram a mandar na partida, sendo que o resultado podia ser bem pior para o Gil Vicente, não fosse a falta de frieza de Slimani quando, aos 24 minutos, surgiu isolado e permitiu a defesa de Adriano Facchini.
O Gil Vicente, que ao intervalo trocou Diogo Valente por Diogo Viana, ainda esboçou uma reação nos primeiros minutos da segunda parte e nessa altura até viu o árbitro, numa má decisão, negar-lhe uma grande penalidade por falta de Naby Sarr sobre David Batista dentro da área. Porém, qualquer dúvida que pudesse haver quanto ao vencedor do encontro ficou definitivamente dissipada aos 69 minutos, quando João Mário assistiu Slimani e o argelino, ao contrário do que aconteceu no primeiro tempo, aproveitou para faturar e dizer nos festejos aos adeptos leoninos que podem contar com ele. Uma boa notícia para o Sporting a cinco dias do clássico com o FC Porto.
Uma palavra final para João Mário. Nas primeira palavras desta crónica, o leitor leu que qualquer alteração que Marco Silva pudesse fazer na defesa mal seria notada. Mas o mesmo não se pode dizer em relação à entrada de João Mário para o lugar que habitualmente é de André Martins. O jovem, que esteve entre os pré-convocados de Portugal para o Mundial, estreou-se em muito bom plano como titular no Sporting e pode ter ganho o lugar para o clássico da próxima semana. Além de ter assistido Slimani, foi inteligente na forma como tocou a bola para André Carrillo, que aos 84 minutos estabeleceu o resultado final.
0-4 | ||
Adrien Silva 9' Nani 10' Islam Slimani 69' André Carrillo 84' |