Só com duas bombas dos laterais Eliseu e Maxi Pereira é que o Benfica conseguiu anular um Moreirense muito 'certinho' e organizado no Estádio da Luz. As águias foram presas fáceis na primeira parte e só contra dez conseguiram ser realmente intensos no ataque, chegando aos golos na última meia hora.
Tal como no Estádio do Dragão, o Moreirense entrou de forma muito organizada, sem linhas recuadas e descomplexado no trato da bola. Ou seja, medo e receio do adversário foram características que não invadiram a equipa de Miguel Leal na subida ao relvado.
Entregando a posse ao Benfica, que a aceitou, o Moreirense não quis apenas ficar na expectativa. Logo que os centrais encarnados tocavam na bola, a pressão de Alex contagiava os companheiros, que davam pouco espaço à criação das águias. Disso foi vítima sobretudo Samaris, que nunca se conseguiu adaptar ao jogo.
Quando essa primeira zona de pressão era ultrapassada, o Benfica canalizava, como é hábito, o jogo para o lado direito, onde Salvio e Maxi Pereira tentavam as normais combinações para furar a defensiva contrária. Só que também aí o Moreirense foi inteligente, ao povoar aquela zona com compensações cirúrgicas.
Gaitán também não aparecia em jogo e só Talisca mostrava algum perfume futebolístico, nomeadamente quando encontrou a corrida de Lima, na única distração da defesa dos cónegos. Porém, o avançado revelou estar em claro défice de confiança e falhou onde, noutras alturas, não costumava falhar. Mérito também para Marafona.
A resposta surgiu minutos depois e João Pedro, um expert em marcar aos grandes, explicou como ser eficaz. Muito mérito para o cruzamento de Arsénio e o português a antecipar-se a Eliseu, que ficou impávido a ver Júlio César ser batido.
Era preciso mais, muito mais para que as águias evitassem um dissabor. O Moreirense tinha todos os créditos para o triunfo ao intervalo: não criou muitas oportunidades, mas foi eficaz e, acima de tudo, soube estancar o futebol encarnado.
Vermelho que tudo mudou
As melhorias voltaram a aparecer no segundo tempo, por parte das águias, mas novamente só a espaços e por alguns. Se Derley e Talisca tentavam remar contra a maré, Lima e Gaitán teimavam em não acertar nas suas funções. O brasileiro falhava na finalização, o argentino era sempre anulado pelos adversários.
O golo apareceu, já depois de Ola John estar em campo. Curioso é que, após tanto jogo flanqueado para a direita, foi pela esquerda que o Benfica conseguiu encontrar o objetivo. Espetacular bomba de Eliseu, num dos momentos que ficará na galeria dos melhores deste campeonato, e o empate.
Marafona continuava a tentar travar tudo, deixando passar apenas o tempo - impressionante a forma como o guardião aproveitou todos os momentos para quebrar o ritmo da partida.
Cada vez menos disponível para atacar, a equipa do Moreirense ia sucumbindo ao ataque das águias, afoitas no voo para atacar Marafona. Um pouco de forma natural, e novamente com surgimento na esquerda, o golo da reviravolta haveria de acontecer por Maxi Pereira.
Com tudo a favor, Jorge Jesus lançou André Almeida para devolver o equilíbrio à equipa, mas o português ainda estava à espera da placa levantada quando Lima concretizou uma grande penalidade que o próprio sofreu. Triunfo suado, tão suado como o golo que Lima procurava há cinco meses. A liderança é encarnada.
3-1 | ||
Eliseu 69' Maxi Pereira 77' Lima 83' (g.p.) | João Pedro 16' |