Está de volta 'O noso derbi', um clássico onde o ódio deu lugar à saudade

Uns diziam que os de Vigo deviam ser expatriados para Portugal, outros diziam que os da Corunha eram Otomanos. Uns vangloriavam Gustavo López, Makélélé, Mostovoi e Karpin, outros endeusavam Bebeto, Djukic, Djalminha, Molina e Donato. Era assim o dérbi da Galiza, apagado das grandes noites de há dez anos para cá, mas com regresso marcado para esta terça-feira.

É certo que as duas equipas já se defrontaram algumas vezes entretanto - inclusivamente, o 3x1 de 2012/2013 foi intenso e teve os portugueses Diogo Salomão e Sílvio (que obra de arte!) a marcar nesse desafio. Só que, aí, a rivalidade já era mais a tender para a nostalgia do que para a vontade acérrima de humilhar o rival.

E pode dizer-se que foi a partir de uma humilhação que tudo mudou. O 0x5, em janeiro de 2004, e os 3x0, em maio dessa época, levaram ao delírio os adeptos do Deportivo, empolgados com a campanha da sua equipa também na Liga dos Campeões (cairiam apenas nas meias-finais, contra o FC Porto de José Mourinho) e com a ideia de que estariam a ser decisivos para a descida de divisão do rival.