O Sporting voltou a empatar. Pela terceira vez em quatro jogos, os leões deixam pontos em campo e, ao contrário da receção ao Arouca, não houve salvação nos descontos. Os problemas são os mesmos e o tempo não parece ajudar este Sporting a melhorar na finalização. Justo prémio para um Belenenses que soube quase sempre o que fazer.
Arrumo tático
Do lado sportinguista, não se registaram novidades no onze de Marco Silva. Mesmo com vários jogadores regressados dos compromissos com as seleções, o técnico apostou naqueles que considera melhores, neste momento. Inclusivamente Ricardo Esgaio, que continua a aproveitar a lesão de Cédric Soares. Inclusivamente, também, André Martins, porventura o que, do onze-base, parece ter concorrência mais ameaçadora.
Lito Vidigal escolheu peças baseadas na garra, sobretudo baseado na escolha de Sturgeon no apoio a Deyverson. O jovem português é um lutador nato e conferia a certeza de que a primeira linha de pressão às saídas do leão.
Além disso, Miguel Rosa e Nélson nas alas ofereciam qualidade e também sabedoria nas alas. Sobretudo por parte de Nélson. O lateral foi utilizado numa região mais avançada no terreno, com Lito Vidigal a preferir manter Palmeira na direita da defesa, ele que prima em primeira mão pelo capítulo defensivo acertado.
Cabeça a mais, cabeça a menos...
Nada que espantasse, foi o Sporting a assumir o jogo. Tal como na época passada, mas de forma mais agressiva, a equipa do Restelo esperou para se lançar em contra-ataques, embora sem que as suas linhas estivessem propriamente num bloco baixo. Era bloco médio, à medida de pressionar a construção sportinguista a partir do momento em que o esférico chegava aos médios.
Disso ressentiu-se Adrien Silva. O habitual patrão do miolo leonino foi muito pressionado e raramente teve espaços, o que fez com que fosse difícil aos leões chegarem com a bola 'pensada' ao último terço do terreno. As melhorias só começaram quando William Carvalho surgiu em missões com bola. Serviu Slimani primeiro, tentou o remate no minuto seguinte.
Era o aviso de que o Sporting ia crescer, depois de passada meia parte em jeito encolhido. Só que, contra a corrente do jogo, foi o Belenenses a marcar. Nélson insistiu pela direita e cruzou para Deyverson. O avançado recuou um passo e cabeceou para o solo, com o esférico a subir depois e a entrar na gaveta.
Belo golo de cabeça, cabeça essa que faltou pouco depois a Bruno China e Gonçalo Brandão. O médio passou para o pior pé do defesa, que se atrapalhou com a pressão de Carrillo e que deixou o peruano fugir na direção da baliza, onde bateu Matt Jones.
O intervalo trazia uma certeza. Só com mais agressividade no último terço o Sporting poderia chegar à vitória. André Carrillo foi quem melhor entendeu a mensagem e não esteve com meias medidas. Construiu de forma brilhante uma oportunidade para Ricardo Esgaio, tabelando com dois colegas antes de servir o português, que viu Matt Jones salvar a sua equipa.
Sem soluções
Havia mais Sporting. Aliás, houve quase sempre, no que à posse de bola diz respeito. Só que a soberana oportunidade surgiria logo depois e para os visitantes. Contudo, Deyverson deslumbrou-se quando foi isolado por Miguel Rosa e permitiu a defesa de Rui Patrício. Ali, exigia-se a um avançado que concretizasse, mas não é menos útil referir que foi Rui Patrício a saber fechar a baliza.
Depois vieram as substituições, onde Marco Silva optou por fazer sair André Carrillo. Escolha discutível, no mínimo, pois o peruano estava a ser talvez o mais inconformado, mas opção por manter Nani, na ânsia de que este pudesse pensar uma solução.
O tempo passou e a verdade é que oportunidades eram poucas. O Belenenses continuava fiel à sua estratégia e só nos últimos cinco minutos começou a recolher-se com todas as armas na sua defesa. Foi nessa altura que Slimani dispôs de duas oportunidades. Foi nessas ocasiões que voltou a brilhar Matt Jones.
Até ao fim, nota para a expulsão de Jefferson, que viu o segundo amarelo por tentar tirar um adversário do campo, quando este esperava por assistência médica. Esse foi, porém, o menor dos problemas para os verde e brancos. Ficaram mais dois pontos à deriva e a liderança mais distante. Prémio justo para um Belenenses atrevido e que está à frente do Sporting.
1-1 | ||
André Carrillo 35' | Deyverson 28' |