A história é longínqua entre Portugal e Espanha. Desde os primórdios das duas nações que rivalidades, alianças, invasões e parcerias se foram verificando ao longo dos tempos, consoante as necessidades momentâneas, fossem elas económicas, geográficas ou bélicas.
Batalha de Aljubarrota, em que Portugal garante a independência relativamente a Castela, Tratado de Tordesilhas, que divide o mundo entre os dois países na fase dos descobrimentos, a Dinastia Filipina, que termina com a restauração em 1640, ou mais recentemente a entrada conjunta na União Europeia em 1986. São tantos os pontos comuns entre os dois países que nos perderíamos numa aula de história.
Ora, no que ao futebol diz respeito, os dois países voltam a 'unir-se' em dose assinalável. Depois do Benfica de Quique Flores, em 2008/2009, dos quatro encarnados do plantel de Jorge Jesus em 2011/2012, do Málaga, do Sevilla ou do Real Madrid de José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão, agora é o FC Porto.
A Adrián López, Cristian Tello e Óliver Torres, juntaram-se nos últimos dias os compatriotas José Ángel e Andrés Fernández. Julen Lopetegui é o treinador de uma verdadeira armada espanhola, que, apesar da proximidade geográfica, não costuma acontecer com muita frequência, razão pela qual o zerozero.pt decidiu procurar a história de nuestros hermanos em Portugal.
Igualados recordes
Os cinco jogadores espanhóis que compõem o plantel azul e branco esta época criam um número de revelo e que não é nada usual, apesar de Espanha ser mesmo aqui ao lado. A verdade é que poucos jogadores passam a barreira para jogar em clubes portugueses do principal escalão do futebol português, isto em comparação com terras mais longínquas e de onde vêm um maior número de atletas, como os PALOP's.
Contudo, este caso dos portistas não é isolado. Com recurso à base de dados, o zerozero.pt encontrou outras três equipas, na Primeira Liga, com cinco jogadores a comporem o plantel em determinada época.
A primeira foi o Desportivo de Chaves, em 1997/1998. Na altura treinados por Álvaro Magalhães, os transmontanos contavam com Raúl na defesa, Dani Diaz e Toniño no meio-campo e Matute e Míner no ataque.
Um ano depois, novamente cinco espanhóis a comporem a equipa de Horácio Gonçalves. Iñigo Arteaga para a baliza, os médios Michel, Carlos Álvarez e Toniño e o avançado Jesús Seba.
Aliás, os flavienses chegaram mesmo a ter nove (!) espanhóis no seu plantel em 2001/2002, só que aí jogava na Segunda Liga, pelo que não conta para esta estatística.
Finalmente, o Farense também registou cinco espanhóis em 2000/2001, quando Manuel Balela era o treinador. Raúl Iglesias era guarda-redes, Fernando Porto e Sebastián Herrera eram defesas, Rodri e Rubio atuavam no meio-campo.
Marcano pode marcar recorde
Se o número já é explícito da influência espanhola - ainda há a juntar o facto de Brahimi e Casemiro terem vindo de clubes do país vizinho - tal pode ficar ainda mais ampliado, batendo mesmo as equipas que ombreiam com o recorde, e que já foram aqui referidas.
Para que tal aconteça, basta que Iván Marcano veja concretizado um negócio que, segundo o zerozero.pt apurou, está com pernas para ser finalizado em breve, depois de o jogador já ter estado na cidade Invicta em conversações com os responsáveis portistas.
Acontecendo, Marcano tornará o FC Porto cada vez mais próximo da cor Roja que simboliza Espanha, em busca de destronar o encarnado que enverga o símbolo de campeão nacional.