Benfica: 20 anos depois, a debandada repete-se

Falta, precisamente, um mês para que o mercado de transferências feche e é, por isso, ainda cedo para se fazerem análises definitivas ao entra e sai dos plantéis que ocorreu nas últimas semanas. Há, no entanto, um dado a ter em conta em relação ao atual campeão nacional: 20 anos depois, a deserção repete-se.

Até ao momento o Benfica já perdeu (se é que vender e proceder a encaixes financeiros importantes, para os clubes lusos, pode ser considerado perda), Jan Oblak (Atlético de Madrid), Ezequiel Garay (Zenit), Guilherme Siqueira (Atlético de Madrid), Lazar Markovic (Liverpool), Rodrigo (Valencia) e André Gomes (Valencia).

©Catarina Morais

Sílvio também pode ser tido em conta, feita, naturalmente, a devida ressalva. É que o lateral não pertencia ao Benfica, esteve emprestado na Luz pelo Atlético de Madrid e, até ao momento, não há qualquer informação quanto ao seu futuro: se vai ficar pelo Vicente Calderón, se mudará de ares ou se regressará ao plantel encarnado.

Destes oito nomes, se analisarmos o número de jogos cumpridos com a camisola encarnada na última temporada, há quatro que não estão no top ten de utilização: Oblak (14.º), André Gomes (17.º), Sílvio (19.º) e Djuricic (21.º). Se fizermos a análise pelo número de minutos cumpridos ao longo de 2013/14 os mesmo quatro estão fora dos dez mais usados por Jesus: Oblak (11.º), Sílvio (16.º), André Gomes (18.º) e Djuricic (22.º).

A história repete-se, 20 anos depois

A saída massiva de jogadores importantes do plantel encarnado não é inédita. Se, ate ao momento, são seis os jogadores da época passada que já fizeram as malas e disseram adeus à Luz, há precisamente 20 anos, após o Benfica ter conquistado o título sob o comando de Toni – 1993/94 - houve uma situação semelhante. 

À entrada para a temporada 1994/95, o plantel campeão nacional, com Artur Jorge a assumir funções como treinador, perdeu Rui Costa (Fiorentina), Rui Águas (Estrela da Amadora), Aílton (São Paulo), Schwarz (Arsenal), Yuran (FC Porto) e Kulkov (FC Porto).

Estes seis eram dos mais regulares nas escolhas de Toni, mas também Silvino, Hernâni e Mostovoi abandonaram a Luz no final dessa temporada.

Em termos de utilização, Rui Costa era o primeiro da lista no número de jogos cumpridos, seguindo-se, dos acima enumerados, Rui Águas (8.º), Aílton (9.º), Schwarz (11.º), Yuran (13.º) e Kulkov (14.º).

A saída de jogadores que eram utilizados com muita frequência no plantel campeão nacional foi de tal ordem que, à segunda temporada de Artur Jorge na equipa, 1995/96, na qual acabou por ser despedido e Mario Wilson assumiu o comando, do plantel campeão nacional apenas se mantinham Hélder Cristóvão e João Vieira Pinto, apesar do regresso de Aílton.

As semelhanças são óbvias, ainda que esta análise relativamente ao atual plantel do Benfica, possa,  vir a sofrer alterações. O que é um facto, que pode ainda crescer até ao fim de agosto, sobretudo com a cobiça que tem existido em torno de Enzo Pérez e Nico Gaitán, é que só 20 anos depois se registaram tantas saídas de uma vez só do plantel das águias.