O Paços de Ferreira voltou a perder frente ao Zenit em São Petersburgo e foi afastado da Liga dos Campeões no playoff da competição. Esta foi a quarta derrota em quatro jogos oficiais da equipa de Costinha, que transita agora para a Liga Europa, mas os castores bateram-se de forma digna no ambiente russo, com Vítor em destaque, novamente.
Numa partida em que só mesmo um verdadeiro milagre impediria a equipa russa de seguir em frente (1x4 no jogo em Portugal), Costinha mudou cinco peças em relação ao jogo da primeira-mão, fazendo entrar Gregory, Hélder Lopes, Vítor, Carlão e Manuel José e deixando no banco o capitão Filipe Anunciação ou Sérgio Oliveira, que se destacou no jogo do Dragão.
Entrada de loucos e muito Danny
O Paços de Ferreira teve uma entrada de rompante e, logo no primeiro minuto, Manuel José esteve muito perto de inaugurar o marcador, seguindo a mesma tendência Carlão, dois minutos depois, aproveitando um mau passe para o guarda-redes do Zenit, mas falhando incrivelmente o alvo.
Algo surpreendidos com a entrada destemida dos castores, os jogadores do Zenit ficaram em alerta e responderam à letra, com oportunidades desperdiçadas por Bukharov (5') e Mogilevets (13').
Os pacenses continuaram soltos num encontro ao qual encararam sem pressão - um desejo expresso por Costinha na antevisão - e isso valeu à equipa uma nova demonstração de positivismo no futebol, o que não significou sucesso na tripla final.
A equipa ia ganhando em posse de bola (55% contra 45% aos 27 minutos), mas continuava a vacilar no último passe, algo a que não é alheio a natural inexperiência da maioria dos jogadores.
Do outro lado, Spalletti tinha efetuado algumas mudanças no onze, com Kerzhakov a ficar a ver o jogo desde o banco, mas não abdicou dos portugueses Luís Neto e Danny, ambos no onze titular.
E foi precisamente o extremo luso quem abriu o ativo, aos 29 minutos, após trabalho de Smolnikov, que tocou para Danny e o português não se conteve em furar a defensiva pacense e atirar a contar.
Novo balde de água fria para os pacenses, que voltaram a perceber defensivamente o que não se deve fazer nesta alta roda do futebol europeu, perante uma equipa com um orçamento incomparavelmente superior (300 milhões de euros dos russos contra apenas três pos portugueses).
Para a segunda parte, Danny reservou um dos momentos da tarde, logo aos 48 minutos, assinando um pormenor técnico espetacular e colocando a bola fora do alcance de Degra, numa chapeleta ainda fora da área.
Derrotados, mas não rendidos
Mesmo com o 6x1 desfavorável na eliminatória, o clube da Mata Real continuou a esplanar o seu futebol e não deixou nada má imagem numa segunda parte com vários golos.
O Zenit ainda chegou ao terceiro tento por intermédio de Bukharov (66'), mas obteve resposta logo a seguir, com Manuel José a apontar um belo golo na sua arma predileta: remate de meia distância.
O jogo foi caminhando para o fim com o Zenit a controlar e com o Paços de Ferreira a tentar ao máximo oferecer uma boa resposta e contou ainda com mais golos.
Primeiro foi Arshavin (78'), ele que entrou na segunda parte, a converter uma grande penalidade a castigar uma falta cometida por Rui Miguel.
Depois, Carlão, jogador de desperdiçou um punhado de oportunidades (a dos 88 minutos é escandalosa), a corresponder de cabeça a um cruzamento de Caetano e a fazer o 4x2 final.
Nota ainda para Vítor Silva, jogador merecedor de uma palavra especial pela transpiração de classe que despejou em campo. Um regalo para a vista e que merecia mais sorte no último lance do jogo, quando atirou ao poste num livre direto. O jogador só ficará na Mata Real se este jogo não foi presenciado por nenhum olheiro.
Contas feitas, Paços de Ferreira na Liga Europa e Zenit, de Danny e Luís Neto a seguirem para a fase de grupos da Champions, podendo ser adversário do FC Porto e do Benfica. Caiu de pé a equipa de Costinha...
4-2 | ||
Danny 29' 48' Aleksandr Bukharov 66' Andrei Arshavin 78' (g.p.) | Manuel José 67' Carlão 83' |