Cinco golos, duas reviravoltas do Sporting e três pontos para a equipa de Jorge Jesus. O jogo deste domingo em Braga teve de tudo. Além dos golos, houve ainda drama com uma lesão no arranque e um penálti falhado por Adrien Silva no primeiro tempo. Mas no final foi mesmo o Sporting a sorrir desta vez, ao contrário do que se viu na primeira volta. Bas Dost foi a estrela, como quase sempre: mais três golos do holandês, que chegou aos 31 golos na Liga NOS.
O arranque foi, desde logo, interessante. A equipa bracarense exibia novas dinâmicas táticas, incutidas pelo novo treinador Abel Ferreira, apresentando-se num esquema mais próximo do 4x4x2 tradicional, com Pedro Santos e Ricardo Horta nas alas e com algumas tarefas defensivas. Já os leões surgiram com o esquema habitual e apenas com a entrada de Zeegelaar no onze inicial. No banco, um naturalmente taciturno Jorge Jesus.
Os leões criaram ligeiro perigo no início mas Marafona, regressado após lesão, respondeu bem, em particular num remate de Gelson Martins. A equipa visitante procurava espaços, tentava servir a dupla de ataque, mas as linhas de defesa e meio-campo dos bracarenses iam conseguindo suster boa parte das ameaças, que surgiam praticamente sempre pelo lado direito, com Gelson a assumir a maior parte da responsabilidade nos ataques.
Ainda antes do fim do primeiro quarto de hora de jogo, o marcador mexeu, num dos ocasionais ataques minhotos. Depois de uma arrancada de Battaglia, Rui Fonte atirou à trave da baliza de Rui Patrício e Ricardo Horta apareceu a fazer o golo na recarga. Depois do triunfo na primeira volta, também com Abel Ferreira no banco de suplentes - então como interino - os adeptos bracarenses acreditavam realmente em mais um K.O. ao leão.
O golo feriu o leão e por volta da meia hora de jogo houve mais motivos de frustração para os adeptos da equipa de Alvalade. Primeiro foi Alan Ruiz que caiu no relvado e acabou por pedir a substituição, aparentando problemas graves no joelho. Entrou um motivado Podence, que pouco depois ganhou um penálti num lance com Rosic, mas Adrien Silva atirou ao lado na conversão.
Pouco antes do intervalo, novos festejos - efémeros - da equipa da casa. Ricardo Horta apareceu pela esquerda, colocou a bola em Stojiljkovic e o sérvio introduziu a bola na baliza de Patrício com a cabeça, mas Nuno Almeida anulou (bem) o lance por fora-de-jogo.
O segundo tempo prometia, depois de 45 minutos com qualidade, algum drama e um golo, e trouxe nova mudança no marcador bem cedo. Marcelo Goiano e Gelson Martins embrulharam-se de forma algo confusa quando o sportinguista tentava entrar na grande área do Sp. Braga e o árbitro apontou mais uma vez para a marca de grande penalidade.
Adrien Silva tremera no penálti no primeiro tempo e talvez por isso não repetiu a conversão, cedendo-a a Bas Dost. E o goleador holandês, pelo contrário, foi frio, enganou Marafona e colocou a bola no fundo das redes com um toque calmo e seco. Estava reposta a igualdade e haveria ainda reviravolta com novo golo do holandês aos 76 minutos, de cabeça, a cruzamento de Marvin.
O sol brilhou ao longo de boa parte da partida mas nos minutos finais veio a chuva. E com ela aumentaram os níveis de drama em Braga, com mais dois golos nos últimos dez minutos do tempo regulamentar. Rui Fonte, assistido por Pedro Santos, empatou a partida em 2x2 mas Bas Dost planeava resolver o encontro e não deixava que o impedissem.
Servido por Schelotto aos 85 minutos, o holandês apareceu novamente a cabecear, completou o hat-trick e matou por fim uma partida de emoções fortes.