Um Guerreiro goleador à «porta» da melhor época de sempre

Disse «não» ao Paris Saint-Germain e ao FC Barcelona e ainda antes de se sagrar campeão europeu por Portugal na «sua» França natal tomou a decisão de assinar pelo Borussia Dortmund - «Precisava de jogar, e no PSG ou no Barcelona não tinha a certeza disso», justificou. Até ao momento, a escolha de Raphaël Guerreiro não podia ter sido melhor.

O internacional português de 23 anos vive uma época de consolidação e confirmação na Alemanha, onde rapidamente se elevou a um estatuto de importância indiscutível na equipa comandada por Thomas Tuchel; e só as leões «roubaram» a Guerreiro mais minutos nas pernas.

Mas os 29 jogos e os 1870 minutos chegam - e sobram - para atestar o crescimento de um dos nomes mais sonantes do futebol português na atualidade. Guerreiro chegou a Dortmund com créditos de defesa esquerdo, mas a versatilidade levou-o a figura do meio-campo alemão e, com isso, a pisar zonas mais próximas da baliza adversária.

Ao estilo de JVP

Como consequência, Raphaël Guerreiro tem evidenciado um «faro» apurado para o golo, como se provou este sábado na vitória do Borussia Dortmund em Mönchengladbach. O «pequeno» português (1,70 metro) resolvou o encontro (vitória por 3x2) com um golpe de cabeça notável para um jogador da sua estatura, numa espécie de reminiscência de João Vieira Pinto.

Raphael Guerreiro GOAL - B. Monchengladbach2-3Dortmund 22.04.2017 HD - https://t.co/HaP2rWAfE6 с помощью @DailymotionUSA

— Football Live (@FootballLive30) April 22, 2017

O golo, na sua execução técnica, é a prova da evolução de Guerreiro desde que chegou à Bundesliga. Amadureceu as faculdades que trazia de França, concedeu-lhes uma robustez física e mental e apurou o sentido «matador», sem perder qualquer ponta do equilíbrio defensivo que continua a fazer dele o predileto de Fernando Santos para a lateral esquerda de Portugal.

E pé ante pé, Raphaël Guerreiro vai construindo a melhor época da carreira. Já a é, muito provavelmente, na contemplação de todos os aspetos do seu jogo; este «miúdo» está uns passos à frente daquele que deixou o Lorient no último verão. Mas falamos de golos, dos sete que o campeão europeu já soma em 2016/2017.

Um número que iguala aquele de 2014/2015 em França e conseguido em 36 jogos, mais sete do que os atuais 29. Mas com quatro jornadas para o final da Bundesliga e com o Borussia Dortmund nas meias-finais da Taça da Alemanha (vai defrontar o Bayern, em Munique), imaginar Guerreiro a voltar a marcar é um cenário tudo menos utópico; ficava-lhe bem como coroação desta época.