Falta pouco mais de um mês para Portugal conhecer, de forma oficial, a tecnologia do vídeoárbitro (VAR é a sigla utilizada para classificar o sistema). A primeira vez do sistema no futebol português (e europeu) será na final do Jamor, entre Benfica e Vitória de Guimarães. Uma tecnologia há muito falada (e pedida) e que, finalmente, chega ao nosso país, por intermédio da Hawkeye, empresa detentora do vídeo-árbitro em Portugal.
Foi notícia durante esta sexta-feira o aval decisivo do International Board para que o sistema passe a ser usado para ajudar o árbitro. Até aqui, e desde o início da época 2015/16, o sistema foi usado de forma offline, de forma experimental.
Vão existir quatro monitores no Jamor: dois para o VAR, um para o jogo em direto e outro em que o operador coloca a repetiçao do lance com o melhor ângulo de camara, com todas as opções para mostrar ao juiz principal.
O novo sistema poderá auxiliar em quatro momentos distintos do jogo: golos, penáltis, cartões vermelhos e identificação dos jogadores.
No que diz respeito a golos, o VAR pode auxiliar o árbitro a definir se existiu ou não irregularidade ao validar um golo, adequando-se em faltas ou foras de jogo que não tenham sido assinalados.
Nos penáltis o juiz da partida pode assegurar que não existam decisões erradas. Em caso de dúvida, o árbitro pode recorrer ao vídeo-árbitro, quer através de quem acompanha a partida através dos ecrãs, quer pelo monitor que estará perto do relvado.
No caso dos vermelhos, o VAR pode garantir que não existam dúvidas sobre a expulsão e na identificação dos jogadores.
A intervenção do vídeo-árbitro pode acontecer de duas formas: seja por dúvida do juiz principal, que pode pedir a quem assiste ao jogo nos monitores, ou seja por iniciativa dos VAR, que comunicam ao árbitro principal se existirem dúvidas claras.
Depois disso, existem duas hipóteses. Ou o juiz principal escolhe ver as imagens do monitor perto do relvado ou aceita de imediato a decisão dos VAR.
Já são vários os exemplos em que o vídeo-árbitro foi utilizado, de forma satisfatória mas com alguma renitência de algumas partes, sempre em tempos reduzidos. Uma delas no Mundial de Clubes, uma das primeiras provas principais onde o sistema esteve online.
Na meia-final do Campeonato do Mundo de Clubes, num jogo entre Kashima Antlers e Atlético Nacional, foi assinalada o primeiro penálti com recurso ao vídeo-árbitro. O árbitro Viktor Kassai foi avisado pelo VAR da existência de uma falta na área do Atlético Nacional. O árbitro húngaro resolveu ver o lance no monitor perto do relvado e assinalou penálti.
Já há poucos dias, na paragem para os encontros das seleções, o sistema voltou a «influenciar» um resultado final. No Stade de France, no jogo entre França e Espanha, o VAR ajudou o juiz principal a anular um golo de Griezmann (por fora de jogo) e minutos depois aconteceu a situação inversa, validando um golo de Deulofeu, após o árbitro auxiliar ter assinalado fora de jogo ao jogador do Milan.