Depois de seis vitórias consecutivas no campeonato, o Benfica foi este sábado travado em Paços de Ferreira e não conseguiu sair da Mata Real com mais do que um empate a zero tão motivador para a equipa pacense como para o FC Porto, que no domingo pode saltar para a liderança da Liga NOS e assim continuar pelo menos até ao quente clássico da 27ª jornada.
Num jogo em que Rafael Defendi, a linha defensiva pacense e o poste da baliza do Paços contiveram as muitas vezes desinspiradas investidas benfiquistas, o prémio da noite acabou por pertencer mesmo à equipa de Vasco Seabra, que conseguiu ainda suster o sufoco dos minutos finais da partida no Estádio Capital do Móvel.
Fé de Eliseu embateu no poste
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Desde o arranque se viu qual seria a estratégia do Paços de Ferreira para o primeiro tempo: linhas baixas, defesa dura e contra-ataques rápidos a aproveitar a velocidade e talento do brasileiro Welthon. Só não se sabia se funcionaria, mas funcionou. Durante todo o encontro, a equipa de Vasco Seabra conseguiu conter um adversário com muito mais bola mas com sérias dificuldades no momento de ultrapassar uma sólida linha defensiva comandada pelo regressado Marco Baixinho. Do lado oposto do campo, via-se o tridente ofensivo do Paços a aproximar-se ocasionalmente da grande área benfiquista, servido por um meio-campo coeso. Via-se, no geral, um Paços de Ferreira bem acima daquele que tem sido hábito ao longo desta temporada.
Apenas em dois momentos, aliás, o Benfica esteve perto de festejar golo antes do intervalo. Ainda antes dos 10 minutos, num lance em que Salvio não conseguiu desviar depois de um bom cruzamento de Jonas. Aos 26 minutos, numa bomba de Eliseu que acertou em cheio no poste da baliza de Rafael Defendi. O mesmo número de ocasiões de golo teve na primeira parte o Paços de Ferreira, embora em lances com grau algo menor de perigo. Ivo Rodrigues não conseguiu chegar a uma bola servida por Welthon aos 12 minutos e atirou bem por cima quando se aproximava da grande área do Benfica, um pouco antes da meia hora de jogo.
Era assim sem demasiada surpresa que o resultado chegava ao intervalo ainda a zeros, face à incapacidade dos extremos benfiquistas para criarem perigo depois de um arranque pressionante e face ao espírito lutador exibido pelo Paços de Ferreira em zonas recuadas.
Nem por terra nem pelo ar
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E se o Paços já tinha começado a dar um ar da sua graça na primeira etapa da partida, no arranque da segunda reforçou o desejo de roubar pontos ao favorito Benfica. E nesta fase inicial do primeiro tempo só Ederson evitava males maiores. Primeiro, a travar Diego Medeiros num momento em que este já tinha passado por Lindelof, e logo de seguida a sacudir um remate do mesmo jogador.
Tentavam responder Pizzi, Salvio, Zivkovic, mas continuava a faltar a determinação necessária para ultrapassar a última linha pacense, que se ia destacando - e que grande corte de Bruno Santos a travar Jonas de carrinho à passagem da hora de jogo. Sem grande inspiração, o Benfica procurava chegar ao obrigatório golo inaugural de outras formas: nas bolas paradas ou na raça. Num pontapé de canto, Luisão ganhou nas alturas mas não acertou no alvo e o mesmo Luisão resolveu de seguida um lance perigoso na defesa com um corte de grande qualidade. Nélson Semedo atirou para uma fantástica defesa de Rafael Defendi já perto dos 80 minutos.
Do lado do Benfica, o desespero era total. Rui Vitória mexia na equipa - a entrada de Cervi agitou o jogo encarnado -, puxava pelos jogadores, mas os lances de ataque eram mal resolvidos pelos benfiquistas e bem afastados pelos pacenses. O tempo do cronómetro arrastava-se para o Paços de Ferreira e voava para o Benfica, que dava o tudo por tudo para garantir o triunfo nos minutos finais. Pizzi tentou de longe mas viu Defendi intervir novamente com sucesso e nem os cinco minutos de compensação chegaram para o Benfica evitar perder dois pontos em Paços de Ferreira.